Conceito Maitland


Conceito Maitland

A abordagem de terapia manual do fisioterapeuta Geoff Maitland surgiu na Austrália (país com grande tradição em terapia manual) na década de 60, tendo se espalhado pelo resto do mundo, formando a base da terapia manual fisioterápica. O conceito fundamental de tratamento das desordens músculoesqueléticas foi influenciado por este conceito (Maitland 1986). O conceito que Geoff Maitland introduziu é baseado em observações clínicas. Essas observações clínicas surgiram como resultado de uma abordagem sistemática no exame e tratamento dos sinais e sintomas presentes no paciente. Essa abordagem sistemática envolve a avaliação dos sinais e sintomas clínicos do paciente e a avaliação que os efeitos das técnicas de tratamento tem sobre esses sinais e sintomas. Já que o valor de uma técnica nos sinais e sintomas presentes podem ser avaliados, o fisioterapeuta é possuidor da capacidade de escolher a técnica de tratamento mais eficiente. Grande parte da importância do conceito reside na avaliação manual dos movimentos fisiológicos (osteocinemáticos) e acessórios (artrocinemáticos) articulares (veja figs abaixo). Este exame manual é parte essencial do diagnóstico físico de disfunções da coluna realizado pelo fisioterapeuta manipulativo (Jull et al, 1994). A capacidade do fisioterapeuta manipulativo em detectar o segmento patológico em pacientes com dor é considerada confiável quando comparada a bloqueios anestésicos, discografia provocativa, mobilidade em RX e imagem ultrasonográfica de espasmo e inibição dos músculos (Behrsin & Andrews 1991; Hides et al 1994; Janos & Ray 1992, Jull et al 1988).

Lesões e patologias podem produzir disfunções destes movimentos fisiológicos e os mesmos podem ser reestabelecidos através de técnicas de mobilização (movimentos oscilatórios) e manipulação (movimentos de alta velocidade). Pesquisas têm mostrado que tal tratamento é mais eficaz do que o tratamento tradicional (Ottenbach e DiFabio 1994). Por exemplo, a terapia manipulativa espinhal (tanto a mobilização quanto a manipulação) é mais eficaz no tratamento da dor lombar do que cuidados médicos e tratamento conservador tradicional (van Tulder et al 1994).

Referências

Behrsin, J., Andrews, F., (1991). Lumbar segmental instability : Manual assessment
findings supported by radiological measurement (A case study). Australian Journal of Physiotherapy, 37, 171-173.
Hides, J., Stokes, M., Saide, M., Jull, G., Cooper, D., (1994). Evidence of lumbar
multifidus wasting ipsilateral to symptoms in patients with acute/subacute low back pain. Spine, 19, 165-172.
Janos, S., Ray, C., (1992). Mechanical examination of the lumbar spine and mechanical
discography/ facet joint injection. Proceedings of the International Federation of Orthopaedic Manipulative Therapists 5th International Conference, Vail, Colorado, A92.
Jull, G., Treleaven, J., Versace, G., (1994). Manual examination: is pain provocation a
major cue for spinal dysfunction ? Australian Journal of Physiotherapy, 40(3), 159-164.
Jull, G., Bogduk, N., Marsland, A., (1988). The accuracy of manual diagnosis for cervical
zygapophysial joint pain syndromes. The Medical Journal of Australia, 148, 233-236.
Maitland GD (2001). Vertebral Manipulation. 6th ed. BH
Ottenbach and DiFabio (1994): Efficacy of spinal manipulation/mobilization therapy. A
meta-analysis. Spine 10(9): 833-837.
van Tulder, Koes and Bouter (1997): Conservative treatment of acute and chronic
nonspecific low back pain. A systematic review of randomized controlled trials of the most common interventions. Spine 22(18): 2128-2156.

https://www.terapiamanual.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *